terça-feira, 18 de agosto de 2009

A razão e a emoção na hora da decisão.

Se já é difícil ter disciplina financeira sozinho, imagina um casal. Agora imagina um casal com filhos ?? Adicione que não conversa sobre o assunto “dinheiro / orçamento”, onde cada parte, com sua responsabilidade tem total certeza de sua competência e certa dúvida sobre os resultados realizados pela outra parte. O resultado disso será uma úlcera, seguido do divórcio e briga na justiça por pensão.

Eu não sei quem inventou isso, porém em pelo menos 90% dos lares brasileiros, a mulher cuida das “finanças domésticas” e o homem dos investimentos. A mesma pessoa que inventou isso colocou na cabeça de ambos que a outra tarefa é chata, de modo que parece “conveniente” deixá-la para o outro, sem se importar com o jeito como as coisas são feitas.

Antes de eu contar o resultado dessa equação, contarei uma percepção empírica que todos vocês de alguma maneira compartilham.

Mulheres são mais consumistas do que os homens !! São mais “emocionais” na hora das compras. Sempre acham que SETE tubos de mostarda não serão suficiente para uma família de três pessoas passarem o mês. Sempre querem agradar, conquistar, surpreender e necessariamente isso acaba levando ao desperdício, ao supérfluo e ao gasto mais alto.

Nesse assunto, os homens são o oposto. Um sabonete dura o mês todo!? Omo ?? Quem precisa disso?? Pra que pagar X no Danone A se podemos pagar metade no Danone B, ou melhor, quem come Danone ??? É assim que funcionamos com compras.

Na área dos investimentos, nós homens tomamos as rédeas e as decisões e exatamente por isso, o dinheiro da maioria nunca rende nada. Os homens quando investem são afetados por um conjunto de coisas que vai desde masculinidade, ego, vaidade, coragem, burrice, disputa que ao final impede que ele se aconselhe, admita que errou ou tenha paciência para esperar. É exatamente igual quando está ao volante: quer ser o melhor, o mais rápido, o mais preciso e principalmente NUNCA precisa perguntar nada porque SEMPRE sabe o caminho.

Exatamente por ser o oposto é que comprovadamente as mulheres são muito melhores investidoras do que os homens. Sabem ouvir. Tem sensibilidade e sabem exatamente que tipos de risco querem correr, portanto, não se apavoram tanto. Em se tratando de ações, ficam quietas, calmas, ao contrário dos homens, que sempre querem ter A AÇÃO que vai subir HOJE.

Na minha casa minha mulher cuida das “finanças domésticas” e eu que sou o “especialista” cuido dos investimentos. Acreditem que quase semanalmente ela é consultada sobre o que devemos fazer e que em 90% das vezes ela tem razão.
Pra tudo ficar perfeito bastaria ela me ouvir a respeito dos sete tubos de mostarda e da coleção de latas de atum que estão em meu armário, mas aos poucos chegaremos ao ideal que é decidirmos juntos, porque se for pra separar as decisões, esse modelo que vigora é o modelo que traz o pior resultado ao casal, podem acreditar.


Fonte: Revista Elas & Lucros - Edição: Fevereiro/2009.

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