sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O Ouro não é nosso!

Ouro: difícil imaginar quem já não tenha tido algum. Seja a pulseirinha do neném ou o anel com o nome e a data do casamento, já houve um tempo que até dente era de ouro! O ouro e o homem andam juntos há milênios e pelo jeito isso não mudará tão cedo.
Mas a idéia desse texto veio quando um Consultor amigo meu disse que viajaria até Brasília, e que chegando lá alugaria um carro para cruzar Goiás rumo a divisa de Minas Gerais, para visitar uma mina de ouro estrangeira. Pensei que mina de ouro fosse uma alusão a alguma empresa altamente lucrativa. Encontrei-o novamente e ele disse que os negócios iam bem, principalmente junto à mineradora de ouro estrangeira, seu cliente. Quis saber que estória era essa de mina de ouro estrangeira no Brasil e para minha surpresa sua resposta foi de que não havia somente uma, mas pelo menos duas empresas estrangeiras de seu conhecimento extraindo ouro do Brasil. Ele explicou que para se extrair ouro hoje em dia não é tão simples, que precisa muita tecnologia e muito investimento de capital, não só localizar as áreas com potencial extrativo como para triturar toneladas e toneladas de rocha para que se tenha apenas algumas gramas de ouro ao final. Mas nada tirou da minha cabeça as aulas de história da tia Ana, quando ela explicava que os Portugueses e os Espanhóis tiravam todo o ouro que podiam das suas Colônias (é, os piratas ingleses ficavam com boa parte no caminho). Depois eu ficava aliviada ao saber que com a independência isso havia acabado (pobre tia Ana, mal sabia que os ingleses exploraram uma mina de ouro em Ouro Preto até meados da década de 50 do século passado – o que vi quando fui passar férias lá no início desse ano. Vale a pena ir, chama Mina da Passagem).
Passada a emoção, resolvi pesquisar o assunto e encontrei três mineradoras estrangeiras extraindo ouro no Brasil (se alguém tiver interesse as informações abaixo foram obtidas no site da Business News Américas – bnamericas.com). Uma delas é a americana Jaguar Mining (TSX, NYSE: JAG) que teve crescimento de 96% na produção no 2o. T de 2009. O Lucro líquido da Cia no 2o. T foi de US$ 9,7 milhões. No 1o. Semestre de 2009 foram extraídas 73.627oz (onça troy) o que equivale a aproximadamente 2.367 quilos nas minas Turmalina, Paciência e Sabará, todas localizadas no Brasil. A Cia ainda declarou estar em linha com o plano de produção para o ano e que espera extrair entre 165.000 a 175.000oz (onça troy) ou algo entre 5.300 a 5.600 quilos. A outra é a mineradora Canadense Yamana Gold (TSX: YRI, NYSE: AUY) que viu seu Lucro Líquido despencar 77% no 2o. T de 2009. A queda foi devida principalmente ao baixo preço do metal, a US$ 34,1 milhões em perdas não realizadas com Derivativos e US$ 28,5 milhões de perdas com Variação Cambial. Suas receitas no 2o. Tde 2009 totalizaram US$ 270 milhões. A extração total de ouro foi de 289.574oz ou aproximadamente 9.311 quilos no 2o. T. Desse total, o montante extraído da mina Jacobina localizada no Brasil foi de 27.500oz (onça troy) ou 884 quilos. A Yamana Gold possui operações no Brasil, Chile, Honduras, México e Argentina. A Yamana também vendeu neste trimestre 3 minas, sendo duas localizadas no Brasil (minas São Francisco e São Vicente) para a também Canadense Aura Minerals Inc (TSX : ORA), que com a aquisição das três minas da Yamana (foi uma transação de US$ 240 milhões) passa a ser uma mineradora de porte médio esperando produzir 220.000oz (onca troy) ou o equivalente a 7.073 quilos. Além das duas minas citadas, a Aura Minerals ainda possui a mina de cobre, ouro e ferro Serrote da Laje, em Alagoas e diversas outras minas em estágio pré-operacional no Nordeste. Numa soma rápida, constata-se que serão extraídas aproximadamente 422.500oz ou 13.500 quilos (isso mesmo 13,5 toneladas de ouro) do Brasil em 2009.
Realmente esse ouro não é nosso! Nosso mesmo, somente o Ouro do César Cielo que fez em 46s91 os 100 metros da prova mais rápida da natação em Roma. Esse ouro aí nem Canadenses, nem americanos e muito menos os piratas ingleses tascam! Dá-lhe Césão!

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